Beltrame admite troca de comando na PM e diz que desmilitarização "pode ser uma boa medida

Segundo secretário, é preciso ter calma para unificar polícias

Divulgação/Arquivo-R7

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, admitiu que Erir Ribeiro da Costa Filho não tem lugar assegurado no comando da Polícia Militar. De acordo com ele, a troca “sempre é uma possibilidade”. Em entrevista à rádio CBN, Beltrame disse ainda que a desmilitarização da PM, uma das pautas mais repetidas nos protestos que vêm ganhando as ruas, “pode ser uma boa medida”.
— Eu acho que a desmilitarização tem de ser esclarecida. O que querem? Desmilitarizar a PM e criar uma Polícia Civil unificada? Ou vai transformar em um modelo como a Guarda Municipal? Eu não vejo problema em desmilitarizar, mas isso não se faz de forma simples, pois há uma constituição. Pode ser uma boa medida desde que se escolha certo como trabalhar isso. Eu gosto do modelo chileno, que tem regulamento militar, mas os policiais tem toda uma destinação, uma progressão, com cursos, aperfeiçoamento e universidades.
Em relação ao comando da PM, Beltrame foi claro ao afirmar que “nunca vai estar satisfeito”.
— [A troca] sempre é uma possibilidade. Mas temos de ter muita serenidade quando a isso e muito critério. Agora, todos nós sobrevivemos de resultados. Vou dizer que nunca vou estar satisfeito em relação a segurança pública, pois isso tem de ser uma realidade qualquer secretário de Segurança. Hoje tudo pode estar bem. Basta acontecer alguma coisa, que volta aquela questão da memória traumática. E tudo não está mais tão bem assim.
A separação entre as polícias Militar e Civil é histórica no Brasil e está firmada na Constituição Federal de 1988, que atribui função de polícia judiciária e apuração de infrações penais à Civil e policiamento ostensivo e preservação da ordem pública à PM.